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13 May
13May

De forma pioneira, a torre comercial obteve as certificações LEED Zero Energy, LEED Zero Carbon e LEED Zero Water. Trata-se do primeiro empreendimento em São Paulo a receber o reconhecimento para esses três quesitos simultaneamente. Quer saber o que foi feito para a conquista desse combo de certificações tão almejado?

Com localização privilegiada, no coração do principal centro financeiro de São Paulo, o Vista Faria Lima foi desenvolvido para ser um edifício triple A de máxima eficiência. Com arquitetura assinada pelo escritório de arquitetura Botti Rubin, a torre de vidro possui uma série de certificações de sustentabilidade. Em 2016, o edifício recebeu o selo LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) BD+C (Building Design and Construction) no nível Gold. Já em 2021, o prédio conquistou o LEED O&M (Operations and Maintenance) no nível Platinum, o mais alto possível, comprovando a adoção das melhores práticas na operação do edifício. 

Em função da qualidade do projeto e de todas as tecnologias embarcadas no Vista Faria Lima, a GTIS Partners e a CBRE viram a oportunidade de dar um passo além. De forma pioneira, o edifício buscou, de forma combinada, as certificações LEED Zero Energy, LEED Zero Carbon e LEED Zero Water. Trata-se do primeiro empreendimento em São Paulo a obter o reconhecimento para esses três quesitos simultaneamente.

O que significa ser LEED Zero?

Entre os referenciais LEED criados pelo U.S. Green Building Council (USBGC), os LEED Zero são os mais recentes. Eles funcionam como um complemento à certificação LEED para verificar o cumprimento das metas líquidas zero em edifícios existentes. 

A certificação LEED Zero possui diferentes vertentes dedicadas à neutralização de impactos específicos. No caso do Vista Faria Lima, buscou-se a certificação em três áreas: Energy (energia), Water (água) e Carbon (carbono).

Wagner Oliveira, diretor de Operação Sustentável no CTE, explica que a certificação Zero Energy reconhece um balanço de uso de energia zerado durante um período de doze meses por uma combinação de alta eficiência energética e geração e/ou aquisição de energia por fontes renováveis.

Desenvolvido para colaborar com a preservação dos recursos hídricos, o Zero Water é conferido às edificações que atingem um balanço no qual a quantidade de água não potável utilizada é maior do que a demanda por água potável da rede de abastecimento.

O Zero Carbon, por fim, requer que o empreendimento atinja um balanço de emissões de dióxido de carbono equivalente (CO₂ eq), provenientes do consumo de energia e dos deslocamento do ocupantes,  igual a zero no ano de análise.  

LEED Zero Carbon

Com abordagem ampla, a certificação Zero Carbon é atribuída a edifícios altamente eficientes do ponto de vista energético, alimentados por fontes de energia renováveis, que neutralizam o carbono que emitem.

A certificação não se limita ao consumo de energia, mas também considera as emissões decorrentes do deslocamento dos usuários do edifício. Isso significa que o empreendimento que almeja ser Zero Carbon precisa realizar uma pesquisa de transporte para mensurar o quanto os usuários emitem de carbono em seus deslocamentos diários para o trabalho.

“Um aspecto interessante do Vista Faria Lima é que ele não foi desenvolvido com foco nas certificações LEED Zero. Mas, em função de sua operação altamente eficiente e controlada, identificamos a oportunidade de certificá-lo com poucos investimentos e ações de baixa complexidade”, analisa Cristina Umetsu, consultora ESG no CTE.

LEED Zero no Vista Faria Lima

No Vista Faria Lima, o processo de certificação foi bastante facilitado porque o edifício já contava com tecnologias de ponta e boas práticas de gestão. De propriedade da GTIS Parters Brasil, a torre possui uma série de soluções para reduzir o consumo de energia. A envoltória do prédio foi projetada visando o melhor desempenho energético. Além disso, os projetos luminotécnico, de automação e ar-condicionado foram concebidos para atingir o máximo desempenho energético. 

Também foi determinante para a obtenção dos melhores resultados o monitoramento constante de todos os consumos de água, energia e gás das áreas comuns e privativas. Conduzido pelo CTE, esse trabalho, iniciado em 2021 e ampliado em 2022, se baseia no monitoramento em tempo real, destes insumos, com uso hardwares com tecnologia IoT (Internet das Coisas) e software inteligente capaz de identificar desvios e indicar oportunidades de melhoria. As informações são avaliadas pelo time de Eficiência Operacional do CTE, que indica aos gestores do edifício quais ações devem ser realizadas e os ganhos esperados.  

“O monitoramento de consumos é uma das estratégias fundamentais para se atingir uma operação sustentável. Através dele é possível verificar os padrões de consumo, identificar desvios e oportunidades de melhorias”, explica Beatriz Jardim Rosique, diretora jurídica na GTIS Partners. “Ao ter acesso aos dados de consumo em tempo real, conseguimos implementar medidas para melhorar a performance do edifício, aumentando a eficiência, reduzindo custos e mitigando os impactos ambientais”, continua a executiva. 

Acompanhado por um forte engajamento da CBRE, esse controle permitiu ao Vista Faria Lima eliminar desperdícios e atingir um nível de eficiência energética tamanho que foram necessárias poucas intervenções para alcançar o padrão LEED Zero. 

A principal delas foi o retrofit do sistema de água de reúso para ampliar a capacidade de captação e tratamento, aproveitando não apenas a água das chuvas, como também aquela coletada na drenagem dos subsolos. Anteriormente, esse líquido era bombeado dos subsolos diretamente para o sistema de drenagem público. Após a reforma, essa água passou a ser reaproveitada para irrigação e em bacias sanitárias, as duas aplicações que geram maior demanda hídrica em edifícios comerciais sem torres de resfriamento.  

“Por meio de aperfeiçoamentos nas tecnologias existentes e implementação de novos processos, conseguimos melhorar nossos índices de consumo de água, energia e emissão de carbono, possibilitando atingir o objetivo proposto pela tripla certificação LEED Zero”, comenta Ivan Nolla, Property Management na CBRE. Segundo ele, “os resultados positivos são facilmente percebidos tanto pelo proprietário, como pela gestão da CBRE e pelas empresas ocupantes”.  

Sobre a GTIS

A GTIS Partners é uma empresa de investimento imobiliário global que administra U$4.5 bilhões* em ativos brutos. Fundada em 2005, atua em setores diversos, incluindo habitação unifamiliar e multifamiliar, escritórios, industrial/logística e hotelaria. No Brasil, a GTIS é uma das maiores empresas de private equity imobiliário, com participações em escritórios, residências, logística e hotelaria. Ativos de destaque desenvolvidos pela GTIS Partners em São Paulo incluem o edifício de escritórios Infinity e o Palácio Tangará, um hotel estilo resort urbano cinco estrelas.  *Valor bruto dos ativos sob gestão em 30/09/23.  

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