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14 Jul
14Jul

Arquitetura e automação são dois conceitos que na era moderna de projeto e avanços tecnológicos andam de mãos dadas - ou não? Por um lado, há um leve temor de que "robôs substituam os arquitetos", tornando a profissão mais automatizada e menos criativa. Por outro lado, a tecnologia tornou a prática da arquitetura mais eficiente, em termos de processo e custo. Até onde a tecnologia nos levará? Nosso trabalho será substituído pela tecnologia? A resposta curta é, provavelmente não.

Como arquitetos e designers, é intimidante ver empregos em outras indústrias sendo lentamente substituídos pela tecnologia. Os serviços financeiros foram substituídos por algoritmos, os agentes de viagens foram derrotados há muito tempo pelo surgimento dos sites de viagens e até mesmo os cozinheiros de fast food estão enfrentando a concorrência de robôs. Alguns cientistas preveem que, nos próximos cinquenta anos, muitos dos trabalhos que fazemos hoje serão substituídos pela tecnologia. Embora vários softwares tornem nosso trabalho diário como arquitetos mais precisos, e diferentes formas de robótica se tornem amplamente utilizadas para tornar as tarefas repetitivas na construção civil, há uma infinidade de aspectos não quantificáveis que os humanos trazem para o projeto, que não podem ser compensados pelos computadores.  

Dados do US Bureau of Statistics mostram, que o número de pessoas que trabalham como arquitetos, aumentou nas últimas três décadas, e o número de modeladores (uma habilidade que tem visto uma competição crescente de modelos BIM e ferramentas AutoDesk) permaneceu relativamente estagnada. Mesmo com os altos e baixos da suscetibilidade econômica que a profissão enfrenta, a demanda por empregos de arquitetura está aumentando, e a tecnologia ainda não encontrou uma maneira de substituir nem mesmo uma pequena porcentagem dos arquitetos de hoje. A Universidade de Oxford também publicou um estudo sobre quais profissões têm maior e menor probabilidade de se tornarem automatizadas no futuro. Felizmente, a arquitetura tem menos de 2 por cento de chance de se tornar automatizada, em comparação com outras profissões como telemarketing, costureiras e representantes de seguros, que enfrentam 99 por cento de chance de serem convertidos pela tecnologia, apenas nos próximos dez anos.

A razão pela qual a arquitetura não será automatizada, é devido às habilidades humanas que o trabalho requer, como reuniões com clientes, consultores e a intensa colaboração que existe em cada projeto. Há também o aspecto sentimental, que não pode ser registrado pelas máquinas. Quando um cliente está feliz, quando um contratado discorda de uma decisão ou quando há uma discussão sobre um pagamento, tudo isso requer um nível de inteligência emocional e a necessidade de pensar e reagir em tempo real. Embora as ferramentas digitais auxiliem os arquitetos, elas ajudam apenas a resolver uma pequena peça do quebra-cabeça, que envolve a profissão de um arquiteto.

O que realmente define o limite, ao considerar se um trabalho pode se tornar automatizado, é medir o quanto do processo é repetitivo e autônomo, e o quanto dele requer uma abordagem dinâmica e multidisciplinar. Até que os computadores possam automatizar a criatividade e replicar o toque do arquiteto, o nosso trabalho continuará a ser necessário.

Este artigo é parte do Tópico do ArchDaily: Automação na arquitetura.