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15 Sep
15Sep

Floresta Urbana, uma torre residencial de uso misto de trinta pavimentos, é o mais recente projeto desenvolvido pelo escritório Koichi Takada Architects. Localizado na região sul de Brisbane, Austrália, o edifício apresenta um dos mais densos jardins verticais já vistos no mundo todo, indo muito além daquilo que se considera um edifício sustentável, com “300% de cobertura vegetal viva, mais de 1.000 árvores e 20.000 arbustos de 259 espécies nativas diferentes”. Concebido para promover a biodiversidade local e minimizar a pegada de carbono do edifício, esta monumental estrutura pretende se tornar um marco para a arquitetura, elevando o projeto de jardins verticais a outro patamar. 

Atualmente em processo de aprovação pelas as autoridades locais, o projeto do Floresta Urbana faz parte de uma nova tendência na arquitetura que é a incorporação de jardins verticais à estruturas construídas em altura. Trazendo mais vegetação para o espaço urbano, promovendo a biodiversidade local, e purificando o ar além de contribuir com o resfriamento evaporativo, os jardins verticais proporcionam inúmeros benefícios para a nossa saúde física e mental. Pensando nisso, a proposta desenvolvida pelos arquitetos do Koichi Takada conta com “cinco vezes mais árvores que o Parque Musgrave em frente ao edifício”. Somando-se a isso, a estrutura conta com mais de 380 unidades residenciais, uma cobertura acessível e uma série de amenidades além de um parque público no nível do solo. Segundo os arquitetos, “Floresta Urbana é provavelmente a estrutura mais verde jamais projetada. 

Desde a revolução industrial, nossa sociedade tem se preocupado principalmente com a produção em massa. Chegou a hora de pensarmos em um “esverdeamento” em massa. O ano de 2020 ficará marcado na história da humanidade como um ano de crises, desde os incêndios devastadores na Austrália no começo do ano até a pandemia de COVID-19 que assolou o mundo. Acreditamos que este é um ótimo momento para refletirmos e repensarmos aquilo que está sendo feito. Concreto, aço e vidro — materiais que continuam sendo empregados em larga escala — são materiais industriais e sem vida. Precisamos abraçar materiais vivos para criar uma arquitetura igualmente viva. Se temos uma lição importante para tirarmos deste ano difícil, é compreender que ainda somos todos seres vivos. Estamos aqui para celebrar a vida e não apenas para evitar a morte. A arquitetura deve seguir este mesmo raciocínio. – Koichi Takada. 

Com o objetivo de se tornar o edifício residencial mais ecológico do mundo, almejando a máxima pontuação na certificação Green Star, equivalente do LEED Platinum na Austrália, o projeto pretende ser uma referência para a arquitetura sustentável do futuro. Suas “fachadas orgânicas, escultóricas, escalonadas e cobertas de vegetação fornecem proteção dos raios de sol, do vento e da chuva, enquanto a laje verde da cobertura e as floreiras periféricas também colaboram para com um melhor isolamento térmico do edifício como um todo”. 

Outras características notáveis são a inclusão de um sistema solar para a captação e produção de energia limpa e aquecimento de água, coleta das águas da chuva para a irrigação dos jardins além de tratamento das águas cinzas no local, compensação de carbono e o uso de materiais naturais de origem local e de alta qualidade e baixa manutenção. Como uma série de jardins apinhados uns sobre os outros e com uma estrutura orgânica que nos faz pensar no tronco de uma árvore, o térreo do edifício “foi projetado como um parque público acessível e convidativo a toda comunidade local”, adicionando 1.642 metros quadrados de áreas verdes ao parque pré-existente. 

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